Toda mãe, avó, tia, já disse isso alguma vez. O fogo mexe com a curiosidade de todos, e muita gente pensa que tem o "poder" de controlar o fogo. Seu uso é muito útil, e evoluiu junto com a humanidade, porém também foi responsável por grandes incêndios, mortes de pessoas e animais, e mudanças no clima mundial.
Recentemente, tivemos dois exemplos de como o fogo pode causar grandes estragos. O primeiro foi o incêndio acidental iniciado no interior do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, em Belo Horizonte, que destruiu todo um andar de réplicas e exposições de várias réplicas e figuras de animais, decoração, entre outros, mas, felizmente não teve vítimas, apenas uma funcionária que teve que ser resgatada. E o outro caso, é um dos assuntos mais comentados nos últimos dias, a tragédia de Santa Maria, onde morreram quase 240 pessoas (número que infelizmente ainda pode aumentar), e feriu mais de 100 pessoas, em uma boate fechada, aterrorizando a população
Esses são apenas alguns exemplos mais recentes, sem falar de várias outras queimadas criminosas em florestas, incêndios em favelas, e muitos outros, que as vezes não atingem essa proporção mundial, mas causam prejuízos, e as vezes também causam mortes, mas são esquecidos mais rapidamente. O que não deveria ser esquecido é o cuidado ao observar os detalhes de todos os lugares onde entramos, onde trabalhamos, estudamos, ou seja o que for.
Tenho certeza que boa parte da população se pegou pensando em onde fica a saída de emergência do prédio onde mora ou trabalha, da boate que frequenta, ou de qualquer outro lugar de sua rotina. Não é um hábito brasileiro presar pela segurança, porque a segurança precisa de manutenção, vigilância, e gastos. Claro que não são todas as pessoas, pois em muitos lugares já existem formas de controlar incêndios, terremotos, tsunamis, falta de energia, enfim, qualquer tipo de catástrofe que possa causar transtorno e necessidade de evacuação, mas ainda assim, talvez por falta de leis, ou falta de aplicação das leis, ou até mesmo pela falta de hábito, nós, brasileiros, temos a mania de deixar pra depois, achar que nunca vai acontecer com a gente, no nosso prédio, na nossa escola, no nosso trabalho. Mas acontece. E se não houver um preparo, as consequências serão desastrosas.
A partir de agora, passem a conferir se um local tem extintor de incêndio, e se ele está carregado. Procure saber se o local que você frequenta tem outra porta além da entrada. Prevenção não é procurar o pior. Não é ser pessimista e atrair o perigo, é a chance que temos de ajudar em um caso de emergência, e se salvar, salvar um amigo. Não é fácil manter a calma, sair de uma situação como essas sem entrar em desespero. Mas o que não podemos é fechar os olhos, e achar que nunca pode acontecer. Sobre o fato de que o artefato pirotécnico usado no show era inadequado, a espuma instalada era inadequada, e um possível alvará foi emitido irregularmente, isso não compete ao cidadão comum ficar vigiando, isso é função das autoridades, que também tem que trabalhar mais, e buscarem mais eficiência. Falar isso aqui não vai mudar nada, e eu sei, mas se todos cobrassem, poderia melhorar. Não podemos perder as esperanças.
É difícil acreditar em uma situação onde todas as pessoas ao entrar em uma boate, solicitam uma cópia do alvará de funcionamento, uma amostra da espuma de isolamento acústico, e anotam todas as possíveis saídas de emergência do local. Quem vai para um lugar desses para divertir, beber, encontrar os amigos, não está dando a mínima para segurança, por isso o estabelecimento e o poder público tem que garantir isso previamente.
Quem sabe agora, depois desse alerta mundial, que fez a mídia relembrar outros casos de tragédias tão antigas que muita gente nem era nascido, possa mudar um pouco a mentalidade de que é melhor "economizar" com os extintores, porque a recarga é cara e periódica, e depois ter que pagar um preço muito mais alto lá na frente. Vamos esperar...
André F. Correia